12/12/2016

Dê um role


Saio por aí , ver o que esta passando
Sento na chuva a observar esse teatro
Sorrisos ,conversas e cirandas rolando
Tantos  contos,  encantos  e encontros

Mas no meu peito bate outra verdade
Meu grito,silencioso e aleatório
Como estar em ti ,se  é na liberdade
Que acabo preso em teu repertório

Vejo as cores que parecem tao belas
Vejo sorrisos por traz das malicias
Vejo pessoas despreocupadas
A falar de revolução e sevicias

Um mártir , um festim para a causa ,
Quem era mesmo? nao importa
Somos todos Severinos, é o refrão


Todo esse papo me deixa abismado
Todo esse amor me parece  banal
Triste  ver que nao hei de ser  amado
No meu silencio, um barulho infernal

No final termina tudo  nublado
Me recanto no meu desencanto
Chove, vou-me amargurado
Pois teu encanto já me escapuliu

No ponto , uma interrogação !
ou uma exclamação ?
Perco o ônibus e com ele este lirismo fajuto

12/08/2016

Rosas


O mundo anda doente, ja nao é para ninguém
O ébrio perdeu seu encanto, e já nao sai para beber
Os amantes, estão a chorar, os pensantes a se matar
Os loucos a sorrir , pois já nao sabem de nada mas tudo viram

Amontoados de tempestades andantes
A procura do pote de ouro
Nuvens carregadas ,empacadas
Doidas para cair

Mas a chuva nao vem
Apenas o vento, a cair nossas folhas
Vamos ficando nus, sem vestimentas
Criando raízes cada vez mais profundas

Olhares cansados,lacrimejados
Corações á sete chaves
Vejo uma multidão, vejo um mar

Para nao dizer que nao falei das flores..vejo rosas em todos os lugares
Tentam desesperadamente crescer , e desabrochar
Mas teimam em corta-las , para presentear a outros
Teimam, em usa-las de enfeite ,ou arrancar suas petalas

Sobram os espinhos..

10/29/2016

Janela Temporal

Desculpe meu bem
mas nosso tempo já passou
Se é amor, não quero não

Tudo tao simples
Que chega a ser complexo
Uma intrínseca ligação
Me tira a calma,e alma

Por isso vou-me embora
Preciso cair fora
Não sou perfeito, me desculpe
mas esse peso não suporto

Você sempre soube
Quão cruel as coisas são
Sempre soube quem era quem
passado nostálgico
do presente um amargo no meu amago

Eu fujo  da verdade
Eu fujo de mim mesmo
talvez seja tudo frustração
Mas estou cansado ,
perdi a memória e o sono

Sou da noite
Mas ela já não é mais minha
Muitas incertezas, de comum
só a doença maldita
O resto perdeu-se nas agulhas do tempo

Eu terminarei só
Caduco,olhando para o céu
pensando no que poderia ser
afinal, é tanta teoria ...

10/25/2016

E agora Maria?

Em um dia só amores
Conversas noturnas ,papo legal
No outro  quem é quem?
Já não te conheço mais

Onde estava aquele amor
Que diz o doutor incondicional
Diz o estudado construção social
Digo eu , triste final

Aprendemos juntos talvez
erramos demais, vivemos de menos
Tu ai, eu cá
Cada um com uma verdade no peito

E os dois com o medo na mão
medo de dizer tudo que ha pra ser dito
Mas que fica por la
nas teias do orgulho

No baralho da vida
sou o coringa
Tu é a bancada
Sempre a lançar novos jogos

Um dia esse jogo termina
Sem blefe, nem cartas na manga
Afinal até  a partida mais longa tem final
Sem perder , nem vencer

10/21/2016

As flores da morte

Passam se as horas
A verdade vem chegando
Os quatro cavaleiros
De arma em punho

O que sobra da sua vida
Quando tira as ilusões
O terror chega a sua porta

Mas se tudo se repete
Numa grande incongruência
A escada ali esta
E o elevador esta parado

De um lado a oposição
De outro o governo
Todo mundo ri
Enquanto o pobre chora


Fique com tua paz
Que eu fico com meu caos
Fique com tuas flores
Que fico com os espinhos

Se e pra não enlouquecer
Uma virtude escolher
Demagogos querem ser
Pra poder espairecer

Falam de mentiras tão honestas
Criticas open bar,mas por traz do
Palco a sujeira rola solta
Essa truque ta manjado

Guerra e paz você me diz
Flores contra as armas
De um lado o filantropo
De outro o misantropo

Cada um com sua razão
Cada um com sua vazão
Mas eu aqui sentado
Não sou de ninguém não

Vermelho do meu sangue
Branco na minha mente
Negro são meus punhos
Minha alma não tem cor

Fico pensando no que vai ser
Esse povo estudado
Vive a debater, enquanto a gente continua

Sem saber ler nem e escrever

10/14/2016

18 de outubro

Contas que nao param de chegar
Cada dia mais longo que o outro
sete dias e sete noites se passaram
A sete palmos  se encontra

No papel a prova
No coração a certeza
Na mente o sonho constante
Na real? Uma copia barata

Mas quem se importa afinal?
Tudo segue por ai
O galo canta,  e a formiga trabalha
o velho varre, e a missa é aos domingos

Agora, nos encontremos por ai
Ideias e traços mundo afora,
Vivencia estagnada, escrita atrofiada
Prepare o a cama para mim

Gratidão?

O palhaço sem platéia
Sentado a beira da escada
Roubando o riso alheio
Pobre palhaço

Nem palco nem platéia
Vive aprontando das suas
Ja viram um palhaço cabisbaixo?
Ora pois eles existem

Estão ai, aos milhares pela rua
Artistas desconhecidos, jovens sonhadores
Todos com um sonho em comum
Todos com estréia cancelada

Mas afinal que sonhos?
O que é a arte se não mais uma fuga
De nossa triste e solene realidade
Se é mentira eu não sei, mas tu achas belo?

Sem flores ou carnaval
Carnaval de ideias mortas
Flores , positividade
Como sou legal não?

Ideias não podem ser mortas
Diz o militante caricato
Num tempo em que já não é possivel sonhar
sobrevivem as ideias destiladas

E o jovem palhaço se adaptou ao mercado
A moda agora é fazer texto de protesto
Amar a natureza, arte de consumo
Gratidão a você tambem

10/13/2016

Dança Funebre

Duas verdades
dois lados da moeda
dois nomes e uma filiação
um ritmo só

Sinta a batida meu doce
você consegue dançar comigo?
È real demais para ti?
balance seus quadris

Quem é você afinal?
Sinta  a batida, entra na dança dos falidos
Acompanhe meus passos
mas  não diga nada, por favor

Você consegue meu bem?
Só não vá perder o ritmo...

10/12/2016

Estrela apagada

Nada escrevo, nunca soube escrever
O poema é que me escreve
E se não fosse de tal forma
Nada haveria nas linhas de minha existência

O homem que sentia de menos
E sonha de mais
Nada sabia sobre amores
Tudo sabia sobre historias

Muito pra contar, pouco pra escutar
Muito pra chorar, algo pra esquecer
Ideias que se perdem na caixa preta do sentir

Diferente é a dor de cada um
Alguns choram por tristeza
Outros por dor ou felicidade
Afinal,Chora quem esta vivo

Tantos atalhos, poucos caminhos
È tanto verbo que vira substantivo
Tanto pesar falar e sonhar
Que termina tudo no pulsar
de uma estrela prestes a acabar

9/24/2016

È a vida, é o drama

Eu to forçando a barra eu to ligado
Mas me deixe ,só no teatro de fantoches
A jogar o meu jogo
é tudo  real demais pra mim
Que infortunio nao te vejo mais
Veja so os livros ,saltam das estantes
Tantas historias e nenhuma realidade
Um dia a gente se encontra
E bate um papo calmo
Ainda estamos vivos ,isso é o que importa
O espetáculo comecou , e nossa deixa ja passou
Mas a gente se encontra
Pra bater cabeça,pra bater ideia
A gente faz de conta que nada terminou
Eu nao ligo nao ,agora ja vou indo embora
As cortinas se fecharam, o bar ja me expulsou
Estou deitado em meio a rua
Nao sei mais de nada
Confusao total , puta que pariu
Um ser humano bem real
Olha aquilo ali, sentimento de verdade
Ai meu deus ,libertario na real
Quanta ideia boa,acho que estou me apaixonando
Eu to forcando a barra, eu to ligado
Mas eu nao ligo nao....

Rolo de cinema

Passam-se os quadrinhos
num rolo de cinema
a pipoca esta acabando
e o filme começando
o que vejo agora
é um filme de verdade
sem lerelere, a historia começou
e o povo arrepiou
das bocas a escorrer
sangue de verdade
das telas um sentido
meu deus que maldade!!!
olha só a conversa
como isso é legal
tudo liberal
conversa bem bacana
mas tudo tão banal
vou la pro meu quarto
com vista da cidade
bolar um baseado
me perder na obscenidade da idade
mas nao tem erro não
esse filme acabou
efeito demais
a verdadeira historia eu deixo pra voces

9/17/2016

Espectador

Volto a me perder nas ideias
Porque de ideais já estou farto
Cada palavra que aqui escrevo
Me sai com naturalidade

Escrevo pra lembrar e pra esquecer
Me falam pra escrever sobre a vida
Das esperanças perdidas na mesa do bar
Cada um recebe a carga que merece

E do que escrevo eu afinal?
Vida,ilusões, esperanças.. trivialidades sem fim
Coisas que vejo no dia a dia
Porem que me importa , afinal?

Mesas de bar, esperanças
Amores, ideologias
Tudo observo , com desdem
Grande piada humana

Tais coisas me parecem tao eficientes
Como um elefante dirigindo um táxi
Que fiquem vocês com suas verdades e sorrisos
Eu sigo invisível e contente dessa forma

Meu unico problema é estar sóbrio, e embrigado com a realidade....

Eu robo?

Mascaras sorridentes  cuidadosamente talhadas por todo lugar
Por detrás de cada sorriso, jaz o que restou de um ser humano em agonia
Individualidade perdida,massa desvalida]
Condicionados ao consumo, só é real quem esta a produzir
Tal engenharia é perfeita, e a maquina se alimenta de carne e ossos
Funciona por si só, amor a alienação, tempos dificeis
Matam-se ,por um pedaço de pão
Enquanto Deus , a tudo assiste sorridente
E o sonho dos oprimidos é vir a oprimir...
Eis a maquiagem perfeita !
E seu Deus qual é?

9/09/2016

Mundo da ilusão

Por alguns breves segundos
te olho dormir ,  e penso no teu sonhar
Mas ja nao sei como sentir
E a solidão me parece o único caminho

Eu gosto de pessoas
mas no fundo acho que não gosto de ninguém
não sei o que é isso ,e só quero estar sozinho
Mas no fundo só quero ter alguém..

Você na auto estrada
viajando pra  solidão dos seus pensamentos
cansei desse jogo ,cansei dessas verdades
tudo sempre acaba em prantos e despedidas

Os dois lados da moeda
parece que só há um lado  para mim
o outro lado não importa,não existe
Sempre a mesma velha historia

Eu não sou um livro
na estante de ninguém
Nem sei o que sou
eu já não sou mais nada

Mas dessa moeda,
já conheço
viciada, sempre de um lado só
Os dois lados da moeda tem a mesma faceta

Vejo sua alma
e choro junto a ti
porem tuas ideias
ja nao somam com as minhas



9/02/2016

Fim do Ciclo

No final das contas sempre fui à semente
Tanto tempo a bater pernas sem sair do lugar
Quando a resposta sempre esteve a minha frente
Uma imagem distorcida


Pedia desesperadamente por uma resposta
Mas como? Se nem mesmo eu sabia a pergunta
Eu quero sentir afirmava, quero estar vivo.

Mas como querer algo que não se compreende?
Viver o que não se conhece
E sonhar com o que foi não escrito ainda?
Eu sou eu fui... E eu vou

Mas estamos todos mortos
Só não descobrimos ainda
E abrir o caixão da realidade dói
Alguns nunca vão sair

Mas do fundo do coração espero que consiga
Abra a porta, está a sua frente.
Mesmo se estiveres no mais longínquo pais

Basta pedir
A ti mesmo, ou a seu Deus.
Sair da zona de conforto
E ter olhos para enxergar

Chegou uma nova estação
Eu sou a semente da tempestade
A tempestade me trouxe até aqui
E aqui vou semear meus frutos

Ciclos

Em constante movimento
O destino nunca é certo
Por vezes para frente
Por vezes para traz

Ser de ciclones, sempre efêmero.
Queria hastear bandeira
Em um tempo-espaço afinal
Mas como hastear tal bandeira

Sempre em movimento
Já escrevi de tudo
Sinto que estou em um episodio
De um velho seriado dos anos 80

Apesar de ser bem moço
Já vivi de tudo, e experimentei de tudo.
E a vida apesar de amarga
Tem um gosto doce no final

Mas vamos adiante
Novos mares, novos horizontes.
No marasmo não havemos de ficar
Quero a tempestade

Eu sou a tempestade!

9/01/2016

Garotos perdidos

Quando a noite desce pra cantar
Nós saímos para caçar
Cerveja, aventuras e um pouco de liberdade.
Cabeças, raspadas cabelos espetados.

De dia invisíveis, a noite temidos.
Os papeis se invertem, não mais um na multidão.
Atravesse para o outro lado
De dia servimos sua mesa, à noite nos servimos do seu medo.

Não haverá piedadade, corra , fuja
Não passarão
À noite a matilha sai à caça

Servimos suas mesas
Construímos suas casas
Anotamos seus pedidos
Mas a noite é nossa

Sangue vai jorrar
Pessoas vão cair
Fruto do vosso sistema
Somos o câncer

De dia é hora de por a mascara
Á espera de mais uma dose de liberdade

Materialismo

De meu só alguns escritos e meias verdades
E até isso tentam pegar
Mas se quiser vir, chega cá que insanidade.
Há para dois, sem problemas.

Em meio aos meus acessos de humanidade
Gritam-me insano, já não é mais corriqueiro ser humano.
Quero amar até perder os cabelos
Viver até me matar, chorar até não me aguentar.

Somos células de um planeta doente
Pronto para explodir, pela falta do sentir.
Viajo em minhas ideias
Transporto-me para um local onde sonhos não podem ser mortos

Mas chegue aqui moça
Não se acanhe não,
Traga essa nuvem sobre nossas cabeças
Que a vida é curta demais para pensar

Veja-me um bilhete só de ida
O destino? Prefiro não saber

8/28/2016

Freak Dream

Diversas vezes adormeço em meio aos sonhos
E quando acordo, percebo que os papeis se inverteram.
Quero ir de encontro às luzes da cidade
Elas clamam por mim, e a noite também.

Sinto o peso nas costas
E as pernas bambas a subir a encosta
É preciso utilizar muletas
Pra não tropeçar nas velhas verdades

Será este o fim?
Das nossas tristes relações
Terminar sem nem mesmo ter pagado a passagem
Mas pagar a que preço?

Quem sou eu para falar sobre verdades
Ou sobre quaisquer coisas
Não sou ninguém, mas às vezes sinto que estou em tudo.
Carrego o mundo nas costas,

E ele pesa bem mais que a mão de uma criança
De criança, apenas a inocência perdida.
Pois para, viver em meio a tanta maldade.

8/22/2016

Navalha

Choro, por você.
Por nós, por eles.
Por tudo e por todos
Choro, sem papas no olhar.

Mais por mais de tudo
Choro pelo caminho que trilhas
Chora-me ver sonhos despedaçados
Doe-me ser obrigado a usar de paliativos para viver

Choro, pelas esquinas.
Choro pelas bengalas
Choro pelas seringas
Choro pelo cifrão

Mas é o ódio que me alimenta
Uma maquina que não respira
Tudo que eu preciso é do meu ódio
Quanto mais nojento fores

Mais te odiarei
E mais forte caminharei
Pois a tristeza não deve virar melancólica.
Pois as lagrimas de um jovem são a navalha na mão.

8/20/2016

Loja de sonhos

Em cada esquina um sonho á venda
Recheado de ilusões e esperanças perdidas
Pois quando o dia amanhece
A mente finalmente adormece

Já à noite
A mente enfurece, e a vida começa.
De dia vives um teatro dramático
À noite a realidade corroe-te a até a alma

E já não sabes o que fazer
De dia de um jeito
A noite de outro
Já não sabe mais quem é

Dois são os caminhos
Um pé no abismo e um na trilha
Qual seguir, não existe mais fácil.
Apenas hipocrisia

8/14/2016

Feto

Sou um coração, que sangra.
Que pulsa, sem repulsa.
Sangra sem demanda
Mas que vive sem delonga

Tenho uma mente insana
Que jorra sem parar
Jorra sem demanda
E pensa sem delonga

Tenho uma ideologia utópica
Um tanto atípica
Que Jorra na mesa do bar
Que termina misantrópica


Tenho um feto
Que não vira afeto
Acaba sempre no desafeto
Deixando meu coração infecto

ID



Nasces como um digito
Trabalhas como um cifrão
Falhas como um milhão
Morres com teu grilhão


8/13/2016

Gozo Infeliz

É agora, no ápice do prazer.
Tudo se esvai, minha mente adormece.
Mas em meio a esse torrencial de prazer
Deitado ao lado de outra, só penso em ti.

Perguntas-me, o que estou a pensar.
Digo nada, acendo um cigarro.
A fumaça imerge da minha cabeça
E vejo sua forma em meio às cinzas

Você diz que me ama,
Que sem mim não consegue viver
Mas como pensar nisso
Se eu mesmo já não consigo persistir?

Dizes-me que sou bom
Que sou especial, diferente e inteligente.
Mas nada tenho de excepcional
Sou apenas mais um dentre os milhares

Cidadão comum, como esses que se vê por ai.
Falo de coisas banais, vejo mulheres.
Mas tu não me completas nem nunca completaras
O vazio de minha alma não sera completado com um amor

8/11/2016

Bota Gasta

Dizia Drummond que não adianta morrer
Mas também não adianta viver
Tudo é ilusório, alma vazia.
Agora não me pergunte o porque

Falam-me para viver
Viver por viver não é a solução
Me destes um gostinho de vida
Para logo em seguida fugir

Matou-se, e junto mastas-te a mim.
Trivialidades apenas
Acordar, estudar, trabalhar.
Que me importa tudo isso?

Viver é o principio do fim
E o fim não é tão mal como pensam
Fez- de mim gato e sapato
Agora já estou desbotado

Uma figura distante
Uma velha fotografia de casamento
Não tenho em mim sonhos
Não quero ser nada, nem nunca fui.

E a minha maior aspiração é chegar ao fim
Não sei a que fim, morrer de nada adianta.
Que essa dor, vire ódio.
E que esse ódio os exploda a todos


8/10/2016

Idealizações

Gosto de coisas assim, subentendidas.
Não é necessário firmar um vinculo
Nem fazer força para que isso aconteça
As coisas devem-se acontecer

O vinculo se forma, se houver necessidade.
Mas não se prenda a ele
Ou acabara matando aquilo que amas
Deixo o tempo ditar as normas

Não é amor livre,
Não é nada
É o desejo apenas
Basta de idealizações

Não a definição
É algo entre a amizade e o desconhecido
Como aquele amigo da fila do pão
No caso na fila do coração

A noite

A noite é o preludio da alma
Os créditos de sua vida vão passando
E sentado detrás de poltronas confortáveis
Críticos paspalhos vão anotando cada momento

Eles não deixam nada escapar
Safados, dizem que sua obra não vale nada.
Falta arte, falta realidade.
Falta vida

Como podem eles saber de algo?
Se ficam apenas lá, no conforto.
Entre quatro paredes
Nada os incomoda, só sabem criticar.

Afinal a noite é para os homens
O que é a paixão para os adolescentes

Conversa noturna

 Esse tempo todo sem te ver
Você menina, você mulher.
Kafka te manda lembranças
Caímos no abismo da profundidade
E juntos saímos, da caverna para ver as luzes.

Devemos aproveitar tais raros momentos
Pois mais raros ainda sãos os que pensam
Desejava-te antes, era bonita bela.
Agora, tal sentimento é deveras supérfluo.

Já não me interessa mais, pois conheci teu amago.
Esculpido pela dor
Tornou-se infinitamente mais bonita
E humana demasiada humana

E nossas mãos,
 Jamais vão se entrelaçar
Mas quando deito a noite
Sua imagem me vem à cabeça

Mas assim são as coisas belas
Momentâneas e platônicas
Pois se queres manter seu ideal vivo
Não deves vivencia-lo


8/04/2016

Cocar

Cocar
Você me diz que qualquer dia eimos de nos encontrar
Pra bater um papo calmo, conversar da alma.
Queria saber dos nossos pássaros
O que foi feito dos nossos cocares?

O meu, criou penas novamente.
E agora se arrisca a voar em meio aos turbulentos ventos
Tu já não sabes direito. Parece que migrou para com as andorinhas
Expulsa cedo do ninho, viu-se obrigada a voar.

Perdida será? Afinal todos estão
Mas essa balada da alma
Há de acontecer
E tudo há de voltar a ser belo e calmo por alguns minutos

Afinal, temos que seguir a correnteza.

8/01/2016

Ode a tristeza

A solidão nunca me incomodou
A estimo muito, mas viver em tal estado de demência.
Nessa ausência, nesse abismo na alma.
O único consola que resta é o suplicio

Tal quadro chega a ter uma beleza fúnebre
Um ultima traço de humanidade
Da qual os escritores tanto gostam
Mas os coitados nunca vivenciaram tal prazer

Sonhos, luzes traços nada mais importa.
Apenas fazer parte desse teatro dramático
Do qual somos todos coadjuvantes
A beleza está no sofrimento

E aos pobres malditos
Só resta aceitar o castigo
Pois deveras o merecem
E um sentimento nobre de expiação os ilumina

Estes sim são os dignos
Pois vivenciam a tragédia
Sem receber nenhum aplauso

6/20/2016

Cartas das 5

 Escrevia o amante insano até o amanhecer
Enamorado de suas próprias mentiras
Tantas ditas até se tornarem verdadeiras

Sua caneta sempre torta
Sua tinta, esgotada.
Ninguém recebia suas cartas
Que ele tão febrilmente escrevia

Os dias em clara
Na busca de um problema
Afinal nada o impedia
E também nada o impelia

Continuava a espera da resposta
Mas sequer sabia o problema
O telefone não tocou
E a porta não se abriu

5/25/2016

Bipolaridade

Dois são os polos Dois são os extremos Duas vezes eu chorei Dez vezes eu sorri A vida esta doente Não toma seus remédios E insiste em fazer um maremoto Em meu coração Queimar para irrigar nossa alma Morrer para renascer Destruir para construir Se apaixonar, para colher os cacos. Semear coração e razão Eterna briga... ambígua, bonita de ver Café e poesia, conversas e caricias. Norte e sul. eu e você