10/12/2015

Honra ao mérito

Corpos dilacerados, mais uma medalha.
Mais um corpo, mais uma vitória.
Os grandes sentados em seu trono de sangue
Movem as peças no tabuleiro, um belo jogo.

Milhares de jovens não voltam pra casa
Que nunca irão se apaixonar
Nunca irão voltar para suas famílias
Mais uma guerra, mais uma condecoração.

Mais um tiro a esmo, o sangue a jorrar dos dois lados.
Idolatria de uma causa qualquer
Para que as engrenagens continuem a girar
E os corpos continuem a voltar

É a indústria da morte
Que lucra milhões, no grande negócio da guerra.
E os jovens coitados... mal sabem o que fazem
Vão se como marionetes, como peças de xadrez.

Para que você, ai sentado.
Continue a ver filmes de guerra
Continue a comer sua rosquinha,
Vivendo em seu mundo de mentiras

É o que somos
É o que sempre seremos
Peças num tabuleiro de xadrez
Xeque mate


9/22/2015

Fuga noturna

Falar sem nada dizer.
Tanto andar sem sair do lugar
As portas do ônibus entreabertas
Lotado para variar, ódio,

Com receio do que possa encontrar
Quando revirar seu pequeno ninho
Falsas promessas... Caminhos tortos
Só nos resta odiar

Sua calça rasgada, seu pedaço de eu.
Caminhando por aí, expressão vazia no rosto.
Esbarrando em multidões inexpressivas
Solitários, todos nós.

Em meio ao lodo da vida humana
Esperando o anoitecer chegar
Para nossas botas calçar
E nossos moicanos levantar

É chegada a hora da libertação
Por algumas horas
Á sombra da lua
Gritar por liberdade

.

9/11/2015

Fagulhas

Ideias que se queimam
Como pólvora prontas a explodir
Caso entre em contato com a menor das fagulhas
Por isso é preciso tomar cuidado

Ideias são bombas
Perigosas, vão se articulando.
E quando menos esperas
Tomam conta de ti

Assim como o napalm nas aldeias a queimar
O peito em prantos a chorar
Pelo tempo perdido, pelo futuro esquecido.
O passado é um livro remendado, perdido.

A estante está lotada
Lotada de vidas que se seguem
Cheias de fagulhas prontas a queimar
E o coração, querendo ascender.

Mas os caçadores de ideias ai estão
Prontos para te pegar
Prontos para te cegar
Prontos para te calar

É preciso amar, com todas as forças.
Resistir, sorrateiros dentre as bordas.
Resistir contra o esquecimento
É preciso viver.

9/06/2015

È tempo.

E chegou o tempo que estamos todos a pastar
Em meio à relva, molhada a procura de grama verde.
E a digestão é lenta e retrógrada
Indigestão, deitados e estupefatos.

É tempo de olhar para os lados
Atravessar com cautela
O bonde vem chegando
E com ele a perdida esperança

Você se move por inércia
Vive por osmose
Seu cérebro é uma bomba relógio
Pronta há explodir... em prantos

Você alerta, a tudo procura.
Porem já não ha mais pasto
Nem nada para encontrar, todos caçoam.
Já não sabes mais de nada

Não falas mais de nada
Segue o fluxo da vida, todos mascarados.
Faz o que se deve fazer
Procurando um novo amanhecer





7/24/2015

Passaro sem Canto

Não quero mais pular carnaval
Não quero mais rezar ave Maria
Nem dançar arraial
Já dancei demais, já rezei demais.

Agora eu quero o aconchego do lar
Com cheirinho de livro novo
E café moído na hora
Com sabor de nostalgia

Já chega de sentimentos tolos
Pois o poeta se perdeu no caminho
Pare direta, esquerda.
Stop

Agora esta tudo calmo, sereno.
Que me tragam flores e vinho
Que das poesias mais do que linhas
Entre linhas, um eco um som... um sentido


7/09/2015

Recanto

Sob o som do silencio
Vem minha inspiração
Que não venha ninguém atrapalhar
Com gracejos idiotas meu recanto de paz

Palavras repetidas, sentimentos esquecidos.
Eu sigo a escrever, não porque preciso.
Mas porque não seria nada sem a caneta
Apenas mais uma folha em branco...

Que se desgasta e vai amarelando
Corroída pelo tempo, mas com a poesia.
Até o mais triste dos lamentos é bonito de se ver
Agora basta de escrever.



Mais um cigarro?

Olhos cansados cabeça a mil
Deito-me pra dormir
E parece que em minha mente
O filme da minha vida passa a rodar

Café, cigarros e caneta.
Mais uma maldita noite
Olho em volta
Apenas luzes brancas

Quero fugir
Mas minha consciência diz
Que devo ficar para poder sair
É... estou realmente neurótico

Andando de um lado para outro
O sono dos justos me escapuliu
Há muito deixei de ser justo
Mas vamos lá, mais um cigarro.

E com sorte eu acordo...

Despertar dos mortos

Despertar dos mortos
Da minha mão
Pesada e cansada
Palavra nenhuma há de sair
A festa literária acabou

Se agora escrevo aqui
És com sangue de minha mão
Que jaz cansada, enclausurada.
Que nessas linhas se guarde um pouco de paixão

Para que ao despertar
Lembra que a mão que bate
É a mesma que lhe dá caricias a noite
E a mão, que culpa tem?

Obrigada a escrever sobre essas linhas tortas
Parece-me que foi ameaçada
Sonho com o dia em que
Milhares de mãos inertes passem a escrever

Mar de estrelas

Em que olhar deve pensar
No que melhor me refletir?
Alguém com o mesmo brilho

Fogo grego que sempre queima
Que enche de palpitações
Fogo vermelho e azul
Onde devo por a mão?

Se é que está pegando fogo
Ou é apenas tinta vermelha
Desenhada pelo melhor artista
Da cidade do vácuo, onde não existe fogo.

Que fim esta trama
Vai tomar?
Eu é que não quero saber
Já me queimei com o fogo que nunca acendeu


Sonhar

Lagrimas que se acumulam
E juntar formam as poças de pensar
Que fornece a grande teia
Para o mais belo dos sonhos

Acorda, dorme
Escova o coração
Dorme na calma da alma
Acorda e escava a realidade

Esperamos ansiosamente
Como o tempo que não passa
Olha só como choram coitados
Era tão jovem e cheio de vida

Mas dizem que dentro do seu olhar
Até o coitado do tempo se perdeu

América Latina

Um povo sem pátria
Uma pátria despovoada
Pelo terror dos mares
Um continente sem face

O que fazer dessa gente
Retalho de culturas
Passado esquecido
Origem "primitiva"

Quando o progresso
Virou sinônimo de extermínio eu não sei
Mas queria mesmo saber
Quando o braço forte há de se levantar

E na escola o menino a me perguntar
-Professor o que são direitos humanos?
Eu cabisbaixo respondo:
Uma lenda.

Mulheres

No silencio do quarto
Por de traz da porta
Na escuridão noturna
Fico a espreitar

Ver se você aparece
Ordena-me esqueça
Eu a vejo noite e dia
Devo estar próximo do fim

Há tempos não escrevia para ti
Mas essa aqui, meu orgulho.
Teima em não deixar enviar-te
Que fique guardada como um lembrete

Continuam a falar de ti
Se tu és o caso do meu mártir, não sei.
Que isso fique entre nós

Luneta para ver encrenca

Fico a escutar
As pessoas a falar
Dou corda nas relações
E as pessoas a reclamar

Mas o problema então
Começo a perceber
Falar e resmungar
Mas sem sair do lugar

Quebre a rotina
Nem que seja por uma palavra
Zona de conforto, só ha de te alienar.
Vamos acordar para a guerra social

Despertem dos mortos
Vamos a pensar
Basta de migalhas
Agora eu quero é pegar você!

5/29/2015

Viagem á lua

E é de sonhos que movimento essa maquina
Queimando sonhos e paginas,
Pra seguir caminhando com destino
As luzes frias da cidade

Talvez para o bar mais próximo
Destilar historias imperfeitas, á espera de combustível.
Eis mais uma historia que não acontece
E que move o nosso amigo para a próxima pagina

Cansado ele sai em busca de algo pra comer
Come e devora insanamente 
Cada pequeno pedaço de engrenagem
Ele anda, ele corre... Mas de nada adianta

Porem não sai do lugar o coitado
Deslizando em suas próprias ilusões
Sua maquina está quebrada
Quero historiam novas ela diz

Ele encabulado pensa
Onde diabos arrumarei algo novo?
Olha a sua volta, para cima.
E eis que surge algo fascinante

E ele passa escrever 
Alimentando sua maquina
Alguns começaram a o chamar de lunático

Mas diz ele que estava apaixonado pela lua


5/25/2015

De Punk pra Punk

Lembro-me que quando cheguei
Nessa terra inóspita e sem cor
Cinzenta, o conheci... fascinado pela nova cultura
Uma garrafa de vinho por uma de vodka tu disses

Por muito tempo bebemos
A esmo pelas esquinas
Felizes na inocência do ser
Rebeldes sem causa a vomitar pelas esquinas


E quando não havia ninguém
Lá estava você, o pequeno príncipe.
A me cativar, com vinho e revolução.
Bebericamos o sabor da anarquia

E era bom, aproveitamos o caos.
Fizemos nossa revolução
Saímos às ruas, montamos nosso grupo.
Éramos os garotos da Rua 11


Brigamos, esperneamos
Querendo saber quem era o melhor
Mal sabíamos que estávamos tão errados
E do que rimos ontem, lutamos por hoje.

Cada um foi para o seu lado
Hoje em dia fico pensando
Como estará aquele amigo
Hoje anda falando difícil

Sobre revolução e negritude
Parece que o tempo passou
Bateu a minha porta e eu nem percebi
Que seja meu moicano já não esta mais de pé

Minha jaqueta esta furada, meus rebites já caíram.
Perdido em meio à trilha de atalhos que a vida mostra
Guardo no fundo umas fotos
Olho e me recordo, era feliz e não sabia.

Manhã de gloria

Cativaste-me com teu ser
Você é como uma rocha
Leve como uma pluma
A pairar, disposta a ajudar.

Por onde passas
Deixa um rastro
Com cheiro de amor
Cheiro de ardor

Não hesito em seguir-te
Você começa correr
E a cada esquina que a vejo
Você olha pra traz provocante

Continuo a perseguição
Quando finalmente estou a pegar-te
Olha pra mim, pisca o olho com malícia.
 Sussurra coisas que não consigo entender

Logo depois acordo com uma puta ressaca e vou fumar um cigarro...

Renovação

Andando a esmo, dessa vez com destino a minha antiga morada.
O sol sob minha pele sente-o me queimando
Renovar minhas energias, cada pedaço de pele.
é um dia maravilhoso e não há por que

Acordei de bem com a vida
ou será que foi ela que acordou de bem comigo
vi o sol e a tempestade, em todo seu esplendor.
La fora as vozes, burburinhos inaudíveis.

Eis que uma surpresa surge
Volto a sentir o vento sob meus cabelos
Volto a sentir o que tinha esquecido
Tão pouco tempo e a rotina passa a nos engolir

É preciso estar de olho nessa malandra
Que vem chegando de fininho
Em notas de mil réis

Tirando meu viver

Que seja eterno enquanto perdurar 



5/24/2015

O garoto que sabia de menos


Quero me perder
me jogar da janela do oitavo andar
enquanto eu estiver caindo
me agarrarei a cada pedaço de vida

vou acariciar-te lentamente
enquanto espanco seu amago
infernalmente

Sobre sentir demais , e desse cálice querer beber
transborda o meu sentir
evapora-se em lagrimas e risos
para que o ciclo comece novamente


O homem que caminha
buscando a morte
em sua rotina pacata e ilesa
dizem-no louco

O homem que nada sabia
e sabia sobre todas as coisas
mas lhe faltavam palavras
então ele fugia, e corria

Com medo , um medo inexplicável
seu amigo de bar já acostumado
lhe batia no peito
e lhe pedia uma dose de vazio

Assim o homem que sabia de todas as coisas
não sabia de coisa nenhuma
e vivia de bar em bar
buscando a resposta que nunca iria encontrar

5/18/2015

Sintonia

Quando se está em sintonia com alguém
É como se estivesse num abraço sem fim
Onde tudo se perdesse
Como em uma gravação de fita antiga

Dessas que a gente revê
E sente tudo como se fosse ontem
Numa imagem bonita
De um belo dia de domingo ao seu lado

Sintonia é o amor. A amizade
Que permanece perante o tempo
Por eu só quero estar ao seu lado
Seja hoje ou daqui a dez anos

Sei que iremos retomar tudo
Bem no ponto em que paramos
Deitados sob o sol
Sentindo o calor em nossas faces

Suas mãos suadas na minha
Vibrações e sentimentos a fluir
Mais uma fita dessas
Que eu guardo na melhor das prateleiras





Reflexões de um grão de areia

Vou vivendo como sempre
Seguindo meu caminho
No piloto automático
Guiado pelos ventos

Forço-me a distorcer a verdade
Viver como não devo ser
Esquecer o que sou
Negar minha real natureza

Que é a da vida e do amor
Não quero ser mais um entre os seus
Quero fugir e nunca mais voltar
Fugir com destino a solidão

Rotina me leva dia após dia
A vida se esvaiu pouco a pouco
Vestindo seu traje de mentiras
Tudo vai estar bem

Não quero estar bem
Quero estar só
Quero estar por inteiro
Eu quero ser mais que uma coisa

Aqui estou de novo
Escrevendo pra mim mesmo
O café acabou.
E com ele essa divagação

5/03/2015

Poeta de botequim

O poeta do botequim
trabalha servindo as ideias
em copos ralos e frescos
daqueles que enchem o peito

E dá coragem aos homens
Chamam-me de idiota
Gritam-me estranho
E clamo sou Eu!

Mas o que chama atenção 
nas luzes cinza e sem vida da cidade
o que fomenta o meu pensar
É você, que passa cabisbaixa fingindo que não me vê.

E o poeta?
Poeta de botequim
Na verdade era apenas
Um copeiro de botequins
Desempregado, a beber ideias

4/25/2015

Flor de Mandacaru

Canto-lhe, cantamos juntos a lembrar do passado.
A o som da doce poesia
Para que tu voltes a brilhar
Uma rosa ofuscada sem cor

Pelo monstro da vida cotidiana
Que devora o sentir
E a vontade de viver
Canto-lhe e nome da vida

Papos dentro da noite, cantadas furadas.
Brilho no teu olhar que se apagam
Depois de se contentar com a maldade
É tempo de ver o sol brilhar

Das vivencias trocadas
Uma flor nasceu
Só que essa é diferente
Veio de um lugar árido

Pronto a enfrentar a multidão
De rostos inertes, olhares catatônicos.
Seu objetivo é um só
E as flores guerreiras, continuam lá!




4/20/2015

Ôlinda

Da menina que virou mulher
Cresceu e foi pra luta
Menina e mulher que me encanta
Mulher essa com sorriso de menina

Você é toda poesia
Com esse cigarro na boca
Se fazendo de rebelde
Cada ruga do teu rosto é só amor

Papo vem, papo vai.
Mas o que eu quero realmente
É te encontrar num abraço
Desses que não se larga mais

E no brilho desse teu olhar
Como na água do mar
Perco-me pensando como vai ser

Se algum dia juntarmos nossos pés

Estagnar

E eu digo foda-se

E grito bem alto para eu ouvir
Estagnar, Estagnar e Estagnar!
Leio um livro
Evolução, questionar é o caminho.

Não quero atrofiar
Deixar essa coisa de linhas ganharem
Já que tem tanto livro por ai
Não vou ficar a ler a mesma prosa

Abro um livro e me sinto mais vivo
As decepções acontecem
Mas meu saber ninguém há de levar
Há não ser a dona dama,
Mas essa não sei se quero encontrar

Jogo fora velhas verdades
Dispo-me fico nu
Abraçado com o desconhecido
Que seja um novo velho saber

Inspirado nas mais belas revoltas
Na mais bela das virtudes
No seio do saber
Que esteja eu sempre a questionar

Agora me deixe ir
Que já estou a me perder
Nas linhas dessa poesia
Quero mesmo é aprender

E eu digo foda-se

E grito bem alto para eu ouvir
Estagnar, Estagnar e Estagnar!
Leio um livro
Evolução, questionar é o caminho.

Não quero atrofiar
Deixar essa coisa de linhas ganharem
Já que tem tanto livro por ai
Não vou ficar a ler a mesma prosa

Abro um livro e me sinto mais vivo
As decepções acontecem
Mas meu saber ninguém há de levar
Há não ser a dona dama,
Mas essa não sei se quero encontrar

Jogo fora velhas verdades
Dispo-me fico nu
Abraçado com o desconhecido
Que seja um novo velho saber

Inspirado nas mais belas revoltas
Na mais bela das virtudes
No seio do saber
Que esteja eu sempre a questionar

Agora me deixe ir
Que já estou a me perder
Nas linhas dessa poesia
Quero mesmo é aprender



4/15/2015

Noite quente

Lembro-me daquela noite como ontem
Peguei com força nos seus cabelos molhados
Suas curvas morenas e torneadas sobre meu quadril
A sentir o perfume que só seus belos cabelos contem

Sobre tua face eu vejo a faceta do prazer
No teu sorriso malicioso o gozo momentâneo
Ah como ele é deveras puro
Esse teu olhar me faz querer-te penetrar mais fundo

Galgando noite e dia
Eu vou te dar o seu prazer
Entre suas pernas um conforto
Enquanto minha língua faz seu dever

Essa noite, corpos molhados.
Sussurros ao vento, gritos adentro da noite.
Nas memorias um prazer que não vou esquecer
E você, só de lembrar fica molhada.



4/14/2015

Inesperado

Você chegou como uma ventania
Em meio à tempestade do meu ser
Teu vento, meu calor.
Resultou numa calmaria de se ver

Das simples coisas da vida
Que ainda acontecem nesses dias
Fazem-me lembrar de que afinal ainda há vida
Que se consuma o nosso tempo

Dos loucos, a normalidade.
Dentro dessa anormalidade
Que nos é imposta violentamente
Em prefiro é ser gagá

E junto contigo contar as folhas das arvores
Sussurrar no teu ouvido que eram verdes
Enquanto você dizia que eram vermelhas
No desencontro, um encontro.

Mas o que há de se esperar
Eu não sei fico a me perguntar
Mas talvez seja melhor deixar rolar
Qual é a graça do esperado?


3/28/2015

Voce consegue ver?

Sinta o doce tocar das notas
Bailando sobre suas cabeças
Sinta o perigo adentrar
Sua alma como um furacão

Tudo que acreditas
Será perdição
Viver por viver
Ohh. Isso é tão perigoso docinho

Só mais uma noite
Quero sua boca colada na minha
Sob o luar e o mar 
Papos dentro da noite, e os sonhos a ruir.

Nota por nota
Batida por batida 
Vem contagiando 
Você a consegue ver baby?

A perdição se encontra
Enraizada em nossos corações
Não ha escapatória
Não há tapete vermelho,
 Não ha arroz branco

Busque, encontre descubra.
Renove, maximize-se.
Auto degeneração
Ó doce eternidade

Luar de fases e idades
Talvez a lua tenha um caso com a terra
Esquecendo assim os homens aqui
Nesse canto sem brilho

E as chuvas são as estrelas
A chorar por verem seus amados
Presos a terra


Cadê meu disco voador?

3/21/2015

Lirismo Banal

E se tudo que eu senti então
Talvez não fosse nada afinal
Apenas inseguranças
Despojadas num lirismo banal

Do poeta que procura o sentir
E almeja o viver
Suas asas, atrofiadas.
De tanto ficarem atadas

Um pássaro sem asas
Amor sem paixão
A verdade sem a mentira
A vida sem ilusão

O que é viver?
Fazer parte do nosso belo quadro social
Vestir o terno, bater o ponto.
Olhar o relógio e fazer seu papel

Quem vive mesmo.

Bom essa pergunta eu não sei responder

3/15/2015

Cocar de penas arrancadas

Por onde começar eu não sei
Palavras ma faltam para descrever
O que sinto , quando estou ao seu lado
Vou revirar o dicionario e ver se descubro

Nos poemas trocados
Nos desabafos falados
Nas ideias compartilhadas
nas declarações platônicas

Cada pequeno pedaço de você
Eu quero guardar,junto de mim
Que seja um momento eterno
Que não nos esqueçamos

Amo-te mais do que tudo
Quero te ver bem
Que não caiam tuas penas
E se cair faça um cocar

Não sei o que do futuro esperar
Mas de uma coisa eu sei
Sempre em minha mente
Você irá estar

E que minha solidão
Esbarre-se na tua
Como que por engano
para juntos construirmos nosso cocar de penas arrancadas




O Futuro

O que eu espero do futuro?
A pergunta que não quer calar.
Onde e aonde deverei estar
São repostas que me obrigam a pensar

O que será do amanha
Espero ficar sempre jovem!
Com os cabelos ao vento
Sempre a matutar...

Mas de uma coisa eu já sei
Viver o presente intensamente é o que é real
Por que se tanto eu penar a pensar
Nada há de se concretizar

Penso que sinto
Sinto que penso
Parar sentir o que sinto
Pensando no amanha

O futuro é um sol encoberto por uma nuvem de fumaça
E eu besta que sou
Vivo a tentar soprar
Esse fogo que não quer apagar

3/11/2015

Só por uma noite


Ela se foi, mais uma vez.
Deixando um coração de vidro para traz
Sem eu ver o brilho em seu olhar
Assim esquecendo o que é real

Estou casado, o meu olhar pesado.
Cansado de historias que não acontecem
De sentir falta do que não foi vivido
Dos poemas que se repetem

Cansado de escrever sobre as mesmas coisas
Cansado do teatro de fantoches
Cansado das velhas e novas verdades
Escrever os cantos e buracos

Solidão em meio à multidão
Dialogando com papel e tinta
Sem alguém ao meu lado
Seguirei me enganando esquecido

Que seja então, só por mais uma noite.
E nada mais
Traga junto de ti o teu sorriso
E leve embora essa saudade




3/09/2015

Recadinho

Menina dos cabelos de fogo
Você apareceu
Meu coração acelerou
Nas confidencias que trocamos

Uma esperança surgiu
Como sempre a boa e velha fagulha
E eu paro pra pensar
Por que sempre escrevo ao invés de falar

Mas a perguntar que não quer calar
Eu não sei se quero lhe falar
Mas talvez deva escrever
Comigo quer ficar?

Eis que me pego
Nostálgico, bilhetinhos desses.
Eu não fazia desde o fundamental
Mas tua beleza me deixa pequenino que só

Tu és linda
Mais linda que o sol
No teu olhar historias
Que estou doido para investigar

Mas vou-me embora como sempre
Esperançoso, esperando a minha vez.
Mas sei que o que vale é tentar
Então eu espero chegar minha vez



3/07/2015

Ressaca da Revolução

Eu sou aquele que desce as escadas a pé
   Aquele que permanece na chuva
Aquele que procura a vida, mesmo quando ela escorre sobre seus dedos.

Eu ainda sou eu acho
Aquele que pega sempre o ônibus errado
Aquele que vai só ao cinema
Aquele que tudo busca, sem saber o porquê.

Eu sou aquilo, sou?
Que cresceu vendo a revolução de ressaca em sua casa
E o seu vomito era fétido, e seus discursos demagogos nojentos.
Aquele que viu as caras e os coringas.

Tornei-me aquele vive por traz das paginas
Eu fui.
Hoje sou aquele cujos sonhos
Esvaem-se e se perdem
Na desesperança crônica e cotidiana.

Sou o que me ensinaram
Fruto do belo experimento
Eis a beleza, onde está a plateia?
Aqui estou entre as linhas da loucura, você conseguiu.




3/03/2015

È a crise não?


O espelho me encara
Pergunta o que sou
E sobre a faceta da mentira
Uma lagrima de sangue escorre

Uma alma lamenta
A falta de um ser
Mas tenho esse saber
De que me serve?

Uma fagulha acende
Um velho coração de lata bate
Ele pulsa
O pulso, ainda pulsa.

E mesmo que seja pela sua ausência
Vai valer a pena
Pois por dois segundos
Senti-me vivo de novo

Uma noticia
Uma carta
Aquele adeus
E os segundos preciosos

Mas fica meu adendo
A tua história
Que teu caminhar seja suave
Até o próximo sorriso

3/02/2015

Disforme

Homo forma disforma disformadamente disforma a mente mente que mente ideologicamente ideologiza o ser forma fomenta o saber cura procura a alma na calma


Girasol




Flor de mandacaru
Cresce no asfalto
Cresce em qualquer lugar

Leva seu brilho
Seja onde for
Não se deixa abater
Gritando e esperneando

Vai deixando seu rastro
De sementes de liberdade
Que florescem
Em nova flores

Novos amores
Novos saberes
Essa flor...
Sempre por ai

Mas por onde passa deixa sua marca
Deixa a terra arada
Pronta pra semear a liberdade
Florescendo uma nova estação


Desconexo

Eis o sol
que sobe majestoso
vem chegando a nova estação
tempestade de areia

Procuro viver
me sentir bem
não sei se amo
não sei se sinto

sei que penso
logo existo
para pensar
que sinto

ou sera tudo besteira
que venha o saber
que venha as mentiras
e as ilusões

vamos nos embebedar de vida
pegue seu cálice
a luz foi embora
quando ela foi embora

Ela sempre vai embora
embebede-se com a nostalgia
mas não esqueça do presente
dia apos dia...

sobrevivendo
estrada após estrada
não mais
tudo termina em febre pelo vazio.

2/22/2015

Trilhos

Então me peguei pensando
Era chegada a hora
De enfrentar
A boa e velha faceta da verdade

Eu não sabia quem eu era
Nem o que me movia
Mas havia um desejo
Queria ver as coisas de outra perspectiva

Já estava no ponto
Queria voltar para os trilhos
Mas me pergunto
Se algum dia ouve mesmo trilhos

Mas não tem problema não
Pois, viu seu moço.
Se não tiver trilhos
Eu boto outro no lugar

O mais humano dos medos
Eu sinto
Percorre todo o meu corpo
Tem um nomeada tem sim

É a ignorância,
Que vive alojada a ti
Meu olhar já esta cansado
Cansado de ver as mesmas historias

Mas então que não seja por isso
Façamos uma nova historia
Onde não haja humanos. Nem medos.

2/15/2015

Momentaneo...

Aconteceu... Peguei-me pensando nela
 Saudades do gozo dos momentos
Nostálgicos eu sei.

Eu a perdi, já que não me encontrava.
Quando me encontrei ela se perdeu
Ora... Esses desencontros, quem sabe a gente não se.
Encontra perdidamente

Hoje tenho sede,sede do teu cheiro 
Do deu abraço 
E do sentir
São duas da manha e aqui estou

Divagando como sempre
Alimento-me dos meus sonhos
E você? 
É a deusa que da inspiração para os mais loucos
Pensamentos...

Pelo menos os morcegos ainda bagunçam meu estomago
E o buque?

 Já desbotou como nosso amor...

1/22/2015

Assassinato Literal

Quando se termina de ler um livro Ocorre um genocídio Todo um universo se acaba Em apenas uma simples virada de página Quão cruéis são os escritores Para matar tão belos universos Assassinos! Mal sabem eles que os mantenho vivos Caminham junto a mim Quem diz que está só É por que não lê! Mas afinal Acho que devo agradecer Por terem eles eternizado seu saber E compartilhado esse universo O que seria da humanidade sem o sonhar

Morena

Morena altiva e bonita
Do olhar gatuno
E do andar sensual
Partiste meu coração

O remendo já sabe fazer
Mas como conviver
Com a falta do meu querer
É algo que já não sei fazer
Ela pegou o bonde para não voltar
Deixando um deserto árido
Eu jardineiro que sou
Tornarei a plantar
Os caminhos que vou percorrer
Já não sei mais
Só sei que seguirei
A esperar
Sempre por aí
Com um livreto desses de amor
Sonhando com amores oníricos
Que das paginas nunca vão sair.

1/15/2015

Dos Amores

Dos amores
Em cada esquina um coraçao pulsante
em cada beco um coraçao errante
em cada mesa de bar um sujeito afogado
Em cada amor um coraçao com pinta de medroso
em cada corpo uma mente tao arrogante
em cada casa demagogo tão importante
e dos amores o que será?

1/04/2015

Os Desajustados

 Engolidos pelo monstro cotidiano
Seguem suas vidas. Problemáticos? Talvez
Fruto de nossa sanidade
Seguem esquizofrênicos apáticos e inteligíveis

Cada vida é um universo louco
Preso a si mesmo e incompreendido
Corações que não cabem no peito
Mentes pensantes que não cabem no corpo

Entre as grades da cidade
Um recanto para os esquecidos
Apaziguarem sua existência monótona
As historias seguem. Contínuas

Mas a aurora sempre vem
Simpática e falante
Até mesmo para com os desajustados

E o sol brilha sem preconceitos.