10/29/2014

A dama da noite

Foi num dia desses
Não era um bom dia...
E lá estava ela, com seu negro vestido de cetim.
Ela vem... Ela vai; alguns a interpretam mal.

Mas ela apenas faz seu papel
Levando para dançar aqueles que já perderam o ritmo
Ou simplesmente quem já não quer mais dançar
Seu abraço suave... Um alento final, um flerte fatal.


Eu vejo sua beleza
Seus belhos olhos negros
Seu jeito gracioso e taciturno
Afinal o que seria de nós sem ela?

Hoje a dama foi convidada para dançar
Parece que não vai haver mais musica
Nem poesia, só o ritmo fúnebre do andar da dama.
E depois o silencio... O eterno descansar...

SERA?



10/28/2014

Menino triste

E na ponta do lápis
Fluem as emoções
Quebram-se as limitações

Vejo um mar de sonhos
Dos quais, contos e encantos enchem de alegria.
Que na mão do artista ganha cor

Eu? Eu sou o menino de ontem, o poeta cabisbaixo de amanha.
Cabelo, peão, livro, lamento, corda.
Me pego lembrando os bons dias...
E se não fosse essas linhas aonde iria parar a mocidade perdida?

As cores se perdem no abismo
Desbotadas, inertes na mente de quem não sabe sonhar.

Quem é aquele louco ali sozinho? Um vagabundo... Diz que é alguem

Nada mais a inventar

Como escrever uma palavra que seja
De verdade poesia nessa fase da humanidade?
O ultimo ser humano...
Morreu a muito.

Como sentir algo de novo,
No tempo em que nos encontramos todos cegos?

Só me resta fazer companhia a Crusoé em sua ilha,
Ou tentar voar tal como fez Pícaro com suas asas.
Guerrear junto a Tolstoi, sofrer com Dosto
E suicidar-me pois o sol também se levanta

E morrer sabendo que ainda vejo e sinto.
Os sentidos do amor, ainda não me escapuliram pelos cabos e semáforos.


Formigas do Espaço

Amei-te. Cobrei-te
Noite e dia te esperei
Egoísta que eu fui
Apaguei tudo que se tinha.

As noites vão sem em murmúrios e resmungos
As paredes a me fitar, o tique taque do relógio a bater.
Estilhaços e lembranças
Me afogo em tuas memorias,já nao me pertencem

Vejo você onde quer que eu vá
Começo a correr, sem sair do lugar.
Ela esta atada a mim, por correntes.
Eu mesmo fiz as amarras, em minha carne.

E o que nos resta agora?
Abraçar a ilusão, andar de mãos dadas com a desesperança.
De que vale tudo isso,  o tempo a tudo devora
Somos formigas, num ponteiro de relógio

Acho que nada mais importa
Talvez nem a próxima dose
Nem esse texto de merda
Ou esse buraco onde me escondo...

Só as lembranças e fotos que com o tempo vão desbotando...

Videocassete

Vivo encarcerado em uma caixa
Dessas de parede concreto... Que seja
Tento escapulir dentre as frestas, e me sentir "algo”.
Porem é preciso sobreviver, preciso ser feliz

Vaidade perdida, resistência desfocada.
Sussurros em minha mente
Tentam me ditar as regras desse joguete de ilusão
Excomungar-me , excomunguei-me

Aqui estou, em minha caixa,
Tudo observo e nada falo
Não há mais nada a dizer
Nada além de dizer que continuo em minha caixa

Quando novo, vivia livre... Nada de muros
Fui etiquetado, embalado.
Vivo olhando pelas sombras, pelas frestas.
Como um gravador segue sobrevivendo.


Todo dia a mesma fita toca sem parar
O rádio de repente se cala.
Não há mais nada a ser dito
Acabou a gravação

10/26/2014

Poeta Louco

E os poetas... Esse tipo vai levando do jeito que dá
Alguns abraçam a dama da noite
Outros aos vícios.

Ainda existem alguns poucos loucos
Os que sonham por cima do muro
Que se recusam a por o pé no chão

Esses vivem meio que flutuando sabe?
Vão andando meio engraçado...
Com um pé no chão e outro no mundo das ideias
Esse talvez possa chamar de sonhadores.




934

Era um dia desses qualquer... Como qualquer outro no ônibus 934
A pensar na vida, quando ela entrou ,vamos nomeá-la de desconhecida
Assim que ela entrou senti arder em meu peito uma palpitação.

Graciosa e educada, sentou-se ao meu lado.
Com toda elegância, nossos olhares se cruzaram sem querer.
E naquele olhar, mil noites e historias foram contadas.

Meu coração aflito, minha boca calada.
Preciso falar com ela
Mas no final
Decidi que aquele momento serene e silencioso deveria perpetuar.

E a com a mesma magia
Que esse elemento entrou,
Foi embora.
Como deve ser... Platônico




Fiações

Olho para o céu e contemplo
Pergunto-me...

Por que tapar os céus
O verde?
O azul do mar

No lugar uma muralha cinzenta
Feita de ossos, carne concreto e cabos.
A argamassa?
A vida, a juventude, a empatia.
O sorrir


Guerra dos sentidos

Relações lesadas, pessoas de papel.
Você olha no espelho e se reconhece?
Eu não tenho medo de ver
Qual o motivo que te faz levantar todos os dias?

Você se levanta,
Se não se enquadra é excluso
Embalado, rotulado e plastificado.

Mas é preciso resistir, os sentidos do amor ainda ardem.
Essa guerra é travada todos os dias
Com artistas; poetas; livres pensadores; circenses e afins.

Não devemos morrer,
Sentados numa privada fumegante de merda.


Desistencia

Caminhando num labirinto de lamentações
Coração negro e mutilado, existência condenada.
E a náusea por uma sociedade doente a te engolir.
Tenta gritar, tenta chorar de nada adianta

O ódio domina sua alma,
O ultimo grito de liberdade
Perdeu-se,esvaído
Entre os becos e vielas do submundo

Suicídio era a saída
Vivendo como maquinas pelo beneficio de poucas.

Morte a fera capital!

EgoISTA

Esse mar onde se perde meus mais obscuros sentimentos 
Uma tempestade onírica de sentimentos frustrados e reprimidos

Tento me encontrar, remando contra a maré.
Porem só o que vejo são sombras e inverdades
Vivo seguindo o que ditam, acorrentado.

Dizem-me para olhar para frente
Sempre em frente...
Porem as curvas me perseguem
As mesmas curvas torneadas e bronzeadas de sempre

Não quero acabar como um sujeito comum 
Como esses que se vê por ai
 Andando a esmo, olhos vidrados.
Quero viver... Quero sentir...

Onde encontrarei meu sentir?
Será nos braços de uma mulher? Na mesa do bar?

Qual será a melhor dose de virtude que deverei tomar para ser um bom sujeito?

Não quero morrer pensando em vencer na vida
Quero viver sentindo a vida passando por cada fio de cabelo
A cada gota de chuva que escoa sobre meu olhar fúnebre...

10/25/2014

O que vai ser?


O que será que será?
O que serei ou que ja fui...
Perguntas que nos fazemos diariamente

Como diria cartola precisamos nos encontrar
O despertador toca acordo engatinhando a esmo,
Procurando entender o sentido dessa merda

Esbarro em trapos e farrapos,
a procura  de  uma razão de ser
agonia que eu sinto por nao saber a quem falar

Sou uma bomba relógio
Pronto Há explodir
Quem será o louco a apertar o gatilho?


Sombra


As sombras te perseguem,
Cicatrizes de uma existência expurgável e desumana
Onde quer que você vá lá esta... A ferida
Ainda sangra... Escorre a sua volta.

Você tenta fugir, Procurar outros caminhos...
Mas no final as sombras do passado
Encontram-te.
Porque você as mantem vivas dentro de você.

Dia após dia elas te consomem
Lentamente, sonhos após sonho...
Quando será o despertar?

Não exististe amor em são Paulo, em lugar nenhum.
Muito menos um despertar
Sabe o que as alimenta?


O ódio



Encontro Poético


Em meio à rotina
É preciso estar atento
É preciso seguir as regras

Ontem a poesia e a liberdade
Encontraram-se comigo
Fumamos um cigarro...
E bebemos algumas cervejas como deve ser

Engraçada essa poesia,
Sempre inconstante
Como um sonho de uma noite de verão
Daqueles que nos acorda a noite

Penso naqueles que não vivem,
Conglomerados de "pessoas" e maquinas que já
Nada mais sentem
Condicionados pelo pão e circo.

Mas a poesia está ai, entre os bares e botecos.
Nos livros onde não se encontra resposta nenhuma.
Depois desse papo com a poesia algo voltou a queimar dentro de    mim
Talvez algo chamado vida ou sentir

Só espero não encontrar por aí essa tal de hipocrisia!

Poesia, ou não... Escrevo o que sinto... Ou sinto o que escrevo?

Sobre as Rodas

Pedalando eu vou
Pelos becos e vielas, faça chuva ou faça sol.
Meu corpo sempre molhado
Esse é o meu viver
E nesses caminhos e encruzilhadas
Vejo a vida acontecer
Onde ninguém costuma olhar
Uma flor cresce entre os escombros
É no aperto de mão...
No sorriso de bom dia
Nas coisas simples da vida
Que observo nesse povo sofredor
Que dia após dia
Segue vivendo sem saber o porquê...
E eu? Vivo a observar pensar... E matutar
E claro a pedalar!
Feliz em meu viver





Ser

Ser?

Hoje estou perdido
Tenho que mudar
Perco-me nesse tempo
Vivendo a esperar
Mas nada vai mudar.

Conversei com a mãe terra
E ela me lançou um papo astral
Percebi como as coisas devem ser.
No final, temos que buscar desconstruir

E sabe de uma coisa? No final até que a vida é bela
Basta enxergar
Sair do fundo da cartola
E os elementos encontrar

Encontro-me e desencontro
Viver é procurar evoluir
Erros fazem parte, prisões não.
A evolução é constante, Gaia a lhe ajudar.

Viver sempre em busca da inconstância
Mochila nas costas, Tênis no pé.
Com destino a., mas pera aí?
Até parece que nada aprendi!
Com destino a vida.