9/22/2015

Fuga noturna

Falar sem nada dizer.
Tanto andar sem sair do lugar
As portas do ônibus entreabertas
Lotado para variar, ódio,

Com receio do que possa encontrar
Quando revirar seu pequeno ninho
Falsas promessas... Caminhos tortos
Só nos resta odiar

Sua calça rasgada, seu pedaço de eu.
Caminhando por aí, expressão vazia no rosto.
Esbarrando em multidões inexpressivas
Solitários, todos nós.

Em meio ao lodo da vida humana
Esperando o anoitecer chegar
Para nossas botas calçar
E nossos moicanos levantar

É chegada a hora da libertação
Por algumas horas
Á sombra da lua
Gritar por liberdade

.

9/11/2015

Fagulhas

Ideias que se queimam
Como pólvora prontas a explodir
Caso entre em contato com a menor das fagulhas
Por isso é preciso tomar cuidado

Ideias são bombas
Perigosas, vão se articulando.
E quando menos esperas
Tomam conta de ti

Assim como o napalm nas aldeias a queimar
O peito em prantos a chorar
Pelo tempo perdido, pelo futuro esquecido.
O passado é um livro remendado, perdido.

A estante está lotada
Lotada de vidas que se seguem
Cheias de fagulhas prontas a queimar
E o coração, querendo ascender.

Mas os caçadores de ideias ai estão
Prontos para te pegar
Prontos para te cegar
Prontos para te calar

É preciso amar, com todas as forças.
Resistir, sorrateiros dentre as bordas.
Resistir contra o esquecimento
É preciso viver.

9/06/2015

È tempo.

E chegou o tempo que estamos todos a pastar
Em meio à relva, molhada a procura de grama verde.
E a digestão é lenta e retrógrada
Indigestão, deitados e estupefatos.

É tempo de olhar para os lados
Atravessar com cautela
O bonde vem chegando
E com ele a perdida esperança

Você se move por inércia
Vive por osmose
Seu cérebro é uma bomba relógio
Pronta há explodir... em prantos

Você alerta, a tudo procura.
Porem já não ha mais pasto
Nem nada para encontrar, todos caçoam.
Já não sabes mais de nada

Não falas mais de nada
Segue o fluxo da vida, todos mascarados.
Faz o que se deve fazer
Procurando um novo amanhecer