8/28/2016

Freak Dream

Diversas vezes adormeço em meio aos sonhos
E quando acordo, percebo que os papeis se inverteram.
Quero ir de encontro às luzes da cidade
Elas clamam por mim, e a noite também.

Sinto o peso nas costas
E as pernas bambas a subir a encosta
É preciso utilizar muletas
Pra não tropeçar nas velhas verdades

Será este o fim?
Das nossas tristes relações
Terminar sem nem mesmo ter pagado a passagem
Mas pagar a que preço?

Quem sou eu para falar sobre verdades
Ou sobre quaisquer coisas
Não sou ninguém, mas às vezes sinto que estou em tudo.
Carrego o mundo nas costas,

E ele pesa bem mais que a mão de uma criança
De criança, apenas a inocência perdida.
Pois para, viver em meio a tanta maldade.

8/22/2016

Navalha

Choro, por você.
Por nós, por eles.
Por tudo e por todos
Choro, sem papas no olhar.

Mais por mais de tudo
Choro pelo caminho que trilhas
Chora-me ver sonhos despedaçados
Doe-me ser obrigado a usar de paliativos para viver

Choro, pelas esquinas.
Choro pelas bengalas
Choro pelas seringas
Choro pelo cifrão

Mas é o ódio que me alimenta
Uma maquina que não respira
Tudo que eu preciso é do meu ódio
Quanto mais nojento fores

Mais te odiarei
E mais forte caminharei
Pois a tristeza não deve virar melancólica.
Pois as lagrimas de um jovem são a navalha na mão.

8/20/2016

Loja de sonhos

Em cada esquina um sonho á venda
Recheado de ilusões e esperanças perdidas
Pois quando o dia amanhece
A mente finalmente adormece

Já à noite
A mente enfurece, e a vida começa.
De dia vives um teatro dramático
À noite a realidade corroe-te a até a alma

E já não sabes o que fazer
De dia de um jeito
A noite de outro
Já não sabe mais quem é

Dois são os caminhos
Um pé no abismo e um na trilha
Qual seguir, não existe mais fácil.
Apenas hipocrisia

8/14/2016

Feto

Sou um coração, que sangra.
Que pulsa, sem repulsa.
Sangra sem demanda
Mas que vive sem delonga

Tenho uma mente insana
Que jorra sem parar
Jorra sem demanda
E pensa sem delonga

Tenho uma ideologia utópica
Um tanto atípica
Que Jorra na mesa do bar
Que termina misantrópica


Tenho um feto
Que não vira afeto
Acaba sempre no desafeto
Deixando meu coração infecto

ID



Nasces como um digito
Trabalhas como um cifrão
Falhas como um milhão
Morres com teu grilhão


8/13/2016

Gozo Infeliz

É agora, no ápice do prazer.
Tudo se esvai, minha mente adormece.
Mas em meio a esse torrencial de prazer
Deitado ao lado de outra, só penso em ti.

Perguntas-me, o que estou a pensar.
Digo nada, acendo um cigarro.
A fumaça imerge da minha cabeça
E vejo sua forma em meio às cinzas

Você diz que me ama,
Que sem mim não consegue viver
Mas como pensar nisso
Se eu mesmo já não consigo persistir?

Dizes-me que sou bom
Que sou especial, diferente e inteligente.
Mas nada tenho de excepcional
Sou apenas mais um dentre os milhares

Cidadão comum, como esses que se vê por ai.
Falo de coisas banais, vejo mulheres.
Mas tu não me completas nem nunca completaras
O vazio de minha alma não sera completado com um amor

8/11/2016

Bota Gasta

Dizia Drummond que não adianta morrer
Mas também não adianta viver
Tudo é ilusório, alma vazia.
Agora não me pergunte o porque

Falam-me para viver
Viver por viver não é a solução
Me destes um gostinho de vida
Para logo em seguida fugir

Matou-se, e junto mastas-te a mim.
Trivialidades apenas
Acordar, estudar, trabalhar.
Que me importa tudo isso?

Viver é o principio do fim
E o fim não é tão mal como pensam
Fez- de mim gato e sapato
Agora já estou desbotado

Uma figura distante
Uma velha fotografia de casamento
Não tenho em mim sonhos
Não quero ser nada, nem nunca fui.

E a minha maior aspiração é chegar ao fim
Não sei a que fim, morrer de nada adianta.
Que essa dor, vire ódio.
E que esse ódio os exploda a todos


8/10/2016

Idealizações

Gosto de coisas assim, subentendidas.
Não é necessário firmar um vinculo
Nem fazer força para que isso aconteça
As coisas devem-se acontecer

O vinculo se forma, se houver necessidade.
Mas não se prenda a ele
Ou acabara matando aquilo que amas
Deixo o tempo ditar as normas

Não é amor livre,
Não é nada
É o desejo apenas
Basta de idealizações

Não a definição
É algo entre a amizade e o desconhecido
Como aquele amigo da fila do pão
No caso na fila do coração

A noite

A noite é o preludio da alma
Os créditos de sua vida vão passando
E sentado detrás de poltronas confortáveis
Críticos paspalhos vão anotando cada momento

Eles não deixam nada escapar
Safados, dizem que sua obra não vale nada.
Falta arte, falta realidade.
Falta vida

Como podem eles saber de algo?
Se ficam apenas lá, no conforto.
Entre quatro paredes
Nada os incomoda, só sabem criticar.

Afinal a noite é para os homens
O que é a paixão para os adolescentes

Conversa noturna

 Esse tempo todo sem te ver
Você menina, você mulher.
Kafka te manda lembranças
Caímos no abismo da profundidade
E juntos saímos, da caverna para ver as luzes.

Devemos aproveitar tais raros momentos
Pois mais raros ainda sãos os que pensam
Desejava-te antes, era bonita bela.
Agora, tal sentimento é deveras supérfluo.

Já não me interessa mais, pois conheci teu amago.
Esculpido pela dor
Tornou-se infinitamente mais bonita
E humana demasiada humana

E nossas mãos,
 Jamais vão se entrelaçar
Mas quando deito a noite
Sua imagem me vem à cabeça

Mas assim são as coisas belas
Momentâneas e platônicas
Pois se queres manter seu ideal vivo
Não deves vivencia-lo


8/04/2016

Cocar

Cocar
Você me diz que qualquer dia eimos de nos encontrar
Pra bater um papo calmo, conversar da alma.
Queria saber dos nossos pássaros
O que foi feito dos nossos cocares?

O meu, criou penas novamente.
E agora se arrisca a voar em meio aos turbulentos ventos
Tu já não sabes direito. Parece que migrou para com as andorinhas
Expulsa cedo do ninho, viu-se obrigada a voar.

Perdida será? Afinal todos estão
Mas essa balada da alma
Há de acontecer
E tudo há de voltar a ser belo e calmo por alguns minutos

Afinal, temos que seguir a correnteza.

8/01/2016

Ode a tristeza

A solidão nunca me incomodou
A estimo muito, mas viver em tal estado de demência.
Nessa ausência, nesse abismo na alma.
O único consola que resta é o suplicio

Tal quadro chega a ter uma beleza fúnebre
Um ultima traço de humanidade
Da qual os escritores tanto gostam
Mas os coitados nunca vivenciaram tal prazer

Sonhos, luzes traços nada mais importa.
Apenas fazer parte desse teatro dramático
Do qual somos todos coadjuvantes
A beleza está no sofrimento

E aos pobres malditos
Só resta aceitar o castigo
Pois deveras o merecem
E um sentimento nobre de expiação os ilumina

Estes sim são os dignos
Pois vivenciam a tragédia
Sem receber nenhum aplauso