Escrevia o amante insano até o amanhecer
Enamorado de suas próprias mentiras
Tantas ditas até se tornarem verdadeiras
Sua caneta sempre torta
Sua tinta, esgotada.
Ninguém recebia suas cartas
Que ele tão febrilmente escrevia
Os dias em clara
Na busca de um problema
Afinal nada o impedia
E também nada o impelia
Continuava a espera da resposta
Mas sequer sabia o problema
O telefone não tocou
E a porta não se abriu